Pelo menos 71 pessoas atendem pelo nome de Bento em Marília. A média de idade é de apenas cinco anos, segundo dados do Censo 2022, divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embora seja apenas o 514º nome mais popular, o crescimento é perceptível: entre 2010 e 2019, 17 meninos foram registrados como Bento, número superior ao de períodos anteriores, como a década de 1950, quando houve apenas 10 registros.
A escolha remete também a Bento de Abreu Sampaio Vidal, um dos fundadores da cidade, além do papa Bento XVI, cujo pontificado — de 2005 a 2013 — coincide com o avanço dos registros em uma cidade cuja profissão de fé é majoritariamente católica, segundo o IBGE.
Bento de Abreu, por sua vez, teve influência como deputado estadual e foi quem escolheu o nome da cidade, a pedido de uma empresa ferroviária. Atualmente, 281 pessoas — com média de idade de 42 anos — levam o nome Marília, de acordo com o Censo.
A multiplicação recente contrasta com a prevalência histórica dos Antonios e Pereiras na formação demográfica da cidade.
O português Antonio Pereira da Silva, aliás, é outro pioneiro reconhecido pela história oficial, por ter administrado a primeira fazenda aberta antes da instalação do município, na década de 1920.
Segundo o Censo, Marília tem 2.118 Antonios (0,89% da população), com idade média de 61 anos. A década de 50 concentrou o auge de registros — 599 — e, desde então, a curva vem caindo, chegando a apenas 30 novos registros nos anos 2000.
Os Pereiras também seguem numerosos: 8.838 moradores carregam o sobrenome, o equivalente a 3,52% da população, o que o coloca como o quinto mais comum da cidade. O principal é o Silva, presente na identidade de 30.794 marilienses (12,96%).
Nome x influência
Apesar da quantidade de xarás e descendentes, os Antonios e Pereiras não construíram um legado marcante na memória coletiva de Marília — ao contrário de Bento de Abreu, hoje associado a referências urbanas importantes.
O pioneiro político dá nome ao estádio municipal, conhecido como Abreuzão, a um educandário e à avenida principal, onde há uma estátua em sua homenagem, em frente à Prefeitura. No mesmo local, há um busto dedicado a Antonio Pereira.
A disparidade entre volume populacional e protagonismo histórico também aparece nos sobrenomes ligados às famílias que marcaram o desenvolvimento econômico e político local. Apenas 94 moradores têm o sobrenome Vidal, diretamente associado ao fundador que nomeou a cidade.
O padrão se repete entre grupos de forte presença na elite local. Os Camarinhas, que há mais de cinco décadas ocupam cargos no Executivo e no Legislativo, somam apenas 10 descendentes; outros exemplos são os Montolar, 25; os Barion, 37; e os Garla, 40 — todos com menos de 100 moradores.
Os dados revelam que, embora Pereiras e Antonios sejam mais numerosos, a história de Marília foi moldada por nomes e sobrenomes que, juntos, representam menos de 5% da população — diante de milhares de moradores com menor projeção social e recursos econômicos.
A predominância estatística continua concentrada nos tradicionais Joãos e Marias, em sintonia com o padrão nacional, enquanto a narrativa histórica permanece vinculada a figuras cujos nomes se multiplicam pouco, mas cuja influência segue presente no cotidiano urbano e institucional da cidade.
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