Marília

‘Não acho que vamos acabar fazendo isso’, diz Cirino sobre greve

“Prefeito – reposição é direito” diz faixa mostrada para Daniel Alonso (PSDB) no desfile de 4 de abril (Foto: Leonardo Moreno)

Em campanha salarial, o funcionalismo público municipal de Marília recebeu nova proposta de 3% no reajuste deste ano. Enquanto isso, em Bauru (distante 108 quilômetros) a categoria encerrou greve de 18 dias com reposição imediata de 1,42%.

Em Marília, assembleia do Sindmmar (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Município de Marília) definiu pelo estado de greve, mas não houve de fato uma paralisação até o momento.

Alguns servidores fizeram uma manifestação com cartazes no desfile cívico-militar de 4 de abril.

Ainda está sendo negociado um aumento maior no cartão alimentação e no momento a avaliação do próprio sindicato é de que os trabalhadores não devem cruzar os braços, a não ser que as conversas empaquem.

A Prefeitura de Marília havia oferecido reajuste salarial de 2%, mas agora subiu para 3%. Além disso, a administração também tem que dar obrigatoriamente outros 2% referentes ao chamado anuênio – espécie de reposição automática.

Marília oferece ainda 8% de aumento no vale-alimentação, que passaria de R$ 250 para R$ 270. Uma reunião nesta segunda-feira (9) deve tratar sobre esse tema.

O sindicato da categoria quer R$ 80 de aumento nesse caso, e não apenas R$ 20. O que for decidido ainda tem que ser aprovado em assembleia marcada para terça-feira (10).

A administração municipal de Marília também propõe disponibilizar R$ 200 mil por mês, para pagar as solicitações de Licença Prêmio dos funcionários, conforme a ordem de data de protocolo.

Outras promessas são a possibilidade do pagamento de um terço das férias em dinheiro e a entrega do Plano de Cargos e Salários até julho deste ano. Se aprovado pela Câmara, a implantação do plano ocorreria a partir de janeiro de 2019.

Comparação com Bauru

Em Bauru o funcionalismo municipal encerrou uma paralisação de 18 dias na última sexta-feira (6) com a “imposição”, segundo o Sinserm (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região), de 1,42% de reposição imediata.

Também foram acertados R$ 70 de abono a partir de setembro, mais reajuste de 10% no vale-compra, que salta de R$ 410 para R$ 451 a partir de 1 de março, 100% no abono natalino e ainda reajuste no valor do abono (antigo vale-refeição) de R$ 350 para R$ 360.

Segundo  sindicato de Bauru, em entrevista de seus representantes ao Marília Notícia, os funcionários se viram obrigados a voltarem ao trabalho após audiência de conciliação no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) onde um desembargador teria esclarecido que nenhum posto de saúde ou escola poderia fechar as portas.

Agora, o Sinserm espera que a Prefeitura da cidade vizinha não desconte os dias de paralisação, o que deve ser definido também nesta segunda, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Bauru.

É importante lembrar que em 2017 o índice de reajuste do salário foi de 2%, o mesmo de Marília. No entanto, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), ficou em 2,95%, ou seja, os reajustes do ano passado ficaram abaixo da inflação.

Para o presidente do sindicato dos funcionários municipais de Marília, Mauro Cirino, não é possível comparar as duas cidades. De acordo com ele, o funcionalismo de Bauru ganha menos que o de Marília, mas tem plano de carreira, por exemplo. Lá, por outro lado, não existe anuênio, mas outras formas de progressão salarial.

“Cada cidade tem sua realidade, sua luta, suas condições de trabalho. É muito difícil comparar uma e outra. Lá eles entraram em greve de fato, cruzaram os braços, aqui não acho que vamos acabar fazendo isso, apesar de algumas alas entre os funcionários defenderem essa ideia”, afirma Cirino.

Leonardo Moreno

Leonardo Moreno é jornalista e atualmente cursa Ciências Sociais. Vê o jornalismo de dados como uma importante ferramenta para contar histórias, analisar a sociedade e investigar o poder público e seus agentes.

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