Marília

Após perder irmão médico, mariliense escolhe medicina como profissão

Jaqueline Modaelli com retrato do irmão Mário, que faleceu em 2013 (Foto: Arquivo Pessoal)

A mariliense Jaqueline Modaelli, de 29 anos, nunca havia pensado em cursar medicina. Ela inclusive é formada e pós-graduada em administração. Mas a perda de seu irmão, Mário Luiz Modaelli Filho, aos 25 anos, em 2013, fez tudo mudar.

O Marília Notícia conta esta história emocionante nesta sexta-feira (18), quando é comemorado o Dia do Médico.

A perda do jovem, médico formado e que fazia residência em pediatria, fez o mundo da família desabar. “Nós éramos muito ligados, nos falávamos toda semana. Meu irmão sempre dizia que me amava e que tinha saudades”, lembra Jaqueline.

O rapaz também mariliense, que tinha um futuro promissor, estudava na cidade de Dourados (MS) e sofreu um acidente de moto enquanto ia para a turística Bonito, no mesmo estado.

Jaqueline e o irmão Mário (Foto: Arquivo Pessoal)

“Ele tinha um brilho no olho quando falava dos pacientes, tinha muito amor na profissão que sempre quis, desde criança. Eu sempre achei a profissão maravilhosa, mas com uma responsabilidade muito grande”, diz a agora futura médica.

Após um período de muita dor, em que ficou “aos cacos”, como diz, Jaqueline resolveu fazer algo com seu sofrimento. A terapia a ajudou bastante. “Chega uma hora que ou a gente se entrega, ou a gente junta os cacos e faz alguma coisa”.

Após uma conversa com a mãe, a jovem resolveu que seguiria os passos do irmão. A princípio, os pais não levaram muito a sério, acharam que seria algo momentâneo. Mas a ligação com o ente perdido falou mais forte.

Em 2014 a jovem entrou no cursinho, seis anos depois de ter saído do colegial. Não foi fácil e após três anos de muito estudo, finalmente a conquista.

Mário Luiz Modaelli Filho, o Marinho, como era conhecido em Marília (Foto: Arquivo Pessoal)

“Passei na Unimar e hoje estou no terceiro ano. Entrar na faculdade foi a realização mais feliz que aconteceu na minha vida desde a perda do meu irmão”, revela a estudante que pretende ir para a área de oncologia pediátrica.

Às vezes, diz ela, quando cria coragem, visita a página de Mário no Facebook. As mensagens de pacientes, segundo Jaqueline, mostram como o médico era querido e servem de inspiração. “A vida vai continuar, de um jeito ou de outro”, comenta.

A lição que fica, segundo a estudante, é o apego ao que realmente importa na vida. Ou melhor, às pessoas que se ama. “Temos que dar valor a quem se preocupa com a gente. Quando perdemos é que enxergamos o verdadeiro valor”.

Que Mário continue servido de inspiração para Jaqueline e outras pessoas, sejam elas futuros médicos ou pacientes.

Leonardo Moreno

Leonardo Moreno é jornalista e atualmente cursa Ciências Sociais. Vê o jornalismo de dados como uma importante ferramenta para contar histórias, analisar a sociedade e investigar o poder público e seus agentes.

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