Glauber com grupo de brasileiros, em missão social e religiosa em Lisboa; expectativa de voltar para casa (Foto: Glauber Losasso/Arquivo Pessoal)
Há cerca de um ano, quando abraçou uma missão voluntária fora do país, o corretor de imóveis mariliense Glauber Fernandes Losasso, de 31 anos, não imaginava o desfecho de sua empreitada neste início de 2020.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, o jovem – que também é teólogo e missionário – está em Portugal à espera da repatriação junto com outros brasileiros que passaram a depender de intervenção do Governo Federal para voltar ao país.
Losasso viajou em busca de crescimento espiritual. Ele uniu-se a um grupo que atende moradores de rua em Lisboa, a metrópole portuguesa histórica em que vivem milhares de brasileiros.
A base do projeto social fica em São João da Talha, uma freguesia (equivalente a um bairro) de seis quilômetros quadrados, distante 15 minutos do Centro.
“Há cinco anos existe esse trabalho. Cheguei para ficar um ano. Minha missão acabou no início de março e já tinha passagem comprada para o dia 31. Desde janeiro estava paga”, contou.
Três semanas antes do embarque, a companhia começou a cancelar passagens. “A embaixada brasileira entrou em contato com a missão (entidade) por termos uma base com espaço para dormitório e refeitório. Recebemos no total quase 40 brasileiros, que não tinham mais onde dormir, nem banho ou comida”, relatou Glauber.
A embaixada, segundo ele, deu suporte para ampliação dos alojamentos e auxiliou para refeições a todos que chegavam.
“Isso aconteceu em algumas regiões do país, porque o isolamento foi avançando e as pessoas começaram a ficar sem ter opções. Lisboa, de onde partem muitos voos internacionais, é o fim da linha para sair”, disse.
Repatriação
O mariliense conta que a semana começou com sete brasileiros na sede da missão evangélica. “A cada quatro ou cinco dias, alguns arriscavam a ir para o aeroporto, na madrugada, e conseguiam se encaixar em voos da Azul, Tap e Latam”, falou.
Brasileiros em dificuldades financeiras poderão voltar ao Brasil com ajuda do governo, segundo o missionário, porém o processo de repatriação está priorizando quem já tinha passagem comprada e teve voo cancelado.
Corretor de imóveis mariliense, em ponto turístico de Lisboa (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
Em meio aos desencontros entre companhias e clientes, houve relatos, segundo Glauber, de brasileiros sem bilhete que tentaram embarcar.
“Estavam com medo de ficar sem emprego e tentavam sair do país. É uma malandragem de alguns, por conta do desespero de estar em um país que não é o seu, sem perspectivas”, relatou o jovem.
Volta para casa
Glauber afirma que deseja voltar a Marília o quanto antes. “Eu acabei pegando o contato do responsável pela embaixada. Conhecendo meu caso, por saber que estou servindo na base, trabalhando na cozinha e ajudando na alimentação dos brasileiros, já sinalizou que vai me encaixar no repatriamento”, comentou.
Losasso disse ter sido informado pela embaixada que o orçamento do repatriamento já foi aprovado por Brasília. São pelo menos 1,2 mil brasileiros que precisam voltar para casa, em meio à pandemia.
“Veio um e-mail confirmando que estou na lista de beneficiários do repatriamento que acontecerá a qualquer momento. Quero voltar sim, porém enquanto estiver aqui, estarei ajudando os brasileiros que estão em dificuldades”, disse.
O pai do missionário mariliense tem câncer e a mãe trabalha na Santa Casa de Marília. Ele sabe da importância de estar perto da família, mas de forma segura.
“Eu quero chegar e fazer o exame. Terei que ficar longe principalmente do meu pai pela situação da saúde dele, mas pelo menos todos ficaremos mais tranquilos estando na mesma cidade”, desejou.
Muitos jovens brasileiros foram para Portugal nos últimos anos, mas segundo o missionário o aluguel cobrado no país é uma das principais dificuldades. “Os donos das casas não querem saber se, por causa da crise, você vai ou não conseguir pagar. Eles te fecham pra fora e pronto. Isso aconteceu com uma moça que conversei”, lembrou.
Glauber contou ainda que, a qualquer momento, estará voltando para casa. Para o mariliense, a experiência, inicialmente sob a perspectiva de compartilhar suas habilidades, crescer espiritualmente e ajudar pessoas, revelou-se surpreendente.
“Deus me levou além do que eu imaginava. Espero voltar para casa bem, encontrar todos bem e continuar ajudando no Brasil. Volto com a sensação de missão cumprida”, completou o missionário evangélico.
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