Marília fechou 2022 com um total de 110 processos protocolados por assédio moral no ambiente de trabalho. O número equivale a praticamente uma queixa formal a cada três dias.
Levantamento solicitado pelo Marília Notícia junto à Justiça do Trabalho mostra que a quantidade de casos cresceu 11% desde 2020. No primeiro ano da pandemia, foram 99 episódios de assédio denunciados no município. Em 2021 – ano seguinte e de maior incidência – foram 114 registros. Os dados que se mantêm altos há três anos, porém, podem ainda não representar a realidade do trabalhador mariliense.
A advogada trabalhista Jasmine Silva acredita que os números, na verdade, são maiores. A especialista atribui a suposta subnotificação às diversas dificuldades que o denunciante encontra pelo caminho.
“Às vezes a pessoa não tem instrução, ou seja, nem sabe que o que está passando e é considerado assédio moral. Em outros casos, ela não tem como provar e, em muitos deles, há o medo de manchar o nome no mercado de trabalho. Outro ponto que vale ressaltar é que, geralmente, as provas são testemunhais. É o colega de trabalho que vê essas situações de constrangimento sendo perpetuadas. O problema é que, na hora de testemunhar, essa pessoa que ainda é funcionária da empresa acaba desistindo de falar por medo de retaliação”, observa.
Outra advogada que foi vítima do crime, mas prefere não se identificar, é prova que trabalhadores de quaisquer áreas podem sofrer abusos em ambientes profissionais.
Ao Marília Notícia, a profissional conta que ocupou um cargo, de janeiro a dezembro de 2019, em um escritório de advocacia que contratava um grande número de recém-formados. Um dos chefes costumava fazer o que ele considerava “brincadeiras” com funcionárias mulheres. “Sempre em tom de piada, constrangendo duas vezes a pessoa, através de comentários ou olhares. A mesa dele ficava na passagem para o banheiro e já ouvi relatos de meninas que seguravam a vontade para não ter que passar por ele”, comenta.
Justamente pelo medo de manchar o nome no mercado de trabalho, essas profissionais recém-formadas não teriam denunciado os episódios.
COMBATE
O Ministério Público do Trabalho (MPT) mantém uma ferramenta on-line para denúncias contra situações de desrespeito aos direitos de valor social, dentro das relações de trabalho. Para protocolar uma queixa, que pode ser anônima, basta clicar aqui.
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