Regional

Indústrias de Garça estão em alerta devido ao coronavírus

Coronavírus pode trazer prejuízo para setor em Garça (Foto: Divulgação/PPA)

O polo industrial eletromecânico de Garça (distante 35 quilômetros de Marília) está com a luz amarela acesa. O alerta é provocado pela descontinuidade – quebra de corrente – da indústria chinesa e também a disparada do dólar. Grande parte das empresas da cidade vizinha utiliza componentes importados nos produtos finais que fabricam.

O setor emprega mais de 3 mil trabalhadores na cidade. Os produtos abastecem o mercado doméstico e também são exportados para vários países. As tecnologias e invenções brasileiras, associadas à agilidade e grande escala chinesa, há anos tem favorecido os negócios.

Mesmo com a apetite do mercado, a empresa Inovus Automação pode ter que interromper a produção em 20 dias, ou se submeter a preços mais elevados. O sócio-diretor Edmar Pereira afirma que o hiato é sinônimo de prejuízos.

“A realidade é o componente nacional, que é mais caro e vai encarecer o nosso produto final. A nossa expectativa é que esse cenário se reverta, inclusive com uma melhor condição de câmbio, para que o nosso produto não fique inviável”, disse.

A busca de soluções tem mobilizado o setor. A Garen Automação S/A, que produz cancelas, automatizadores para garagens, portão social, entre outras, já cogita produzir seus próprios componentes, mesmo que seja uma medida temporária.

O coordenador de marketing da empresa, Luiz Sérgio de Mattos Júnior, afirma que já houve a necessidade de realinhar relação com fornecedor. A oferta dos componentes na China caiu desde que a doença começou a fechar as fábricas.

“Como nós temos um bom fornecedor e uma relação antiga, com boas compras, estamos conseguindo pagar os mesmos preços do período anterior a esse cenário. Mas sabemos que, muito provavelmente, teremos aumento no valor destes componentes”, acredita.

Com circunstâncias normais, produzir as próprias peças – pequenos motores, fontes, componentes eletrônicos – não é a melhor solução. O encarecimento do produto final é a principal consequência.

“A luz amarela está acesa. Temos um planejamento e se a situação não melhorar rapidamente, teremos que reorganizar a produção. Não cogitamos parar”, garantiu.

Conforme a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), no setor, o Brasil é dependente dos componentes chineses.

No ano passado, segundo a entidade, 42% dos itens importados pelos fabricantes nacionais vieram da China. Outros 38,3% vieram de outros países asiáticos, que também se veem diante de forte ameaça do coronavírus.

No ano passado foram registrados US$ 7,5 bilhões em importações da China para o Brasil.

Flávio Perez, ex-presidente regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e fundador da PPA Automação, fala em quebra da corrente de produção.

“Está tudo sendo retomado, lógico, com esse fator novo que é a disparada do dólar. Mas o que damos como certa é essa quebra de continuidade, que algum prejuízo sempre traz”, lamenta o empresário.

Carlos Rodrigues

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