O Ministério Público Federal (MPF) e o governo iniciarão conversas para elaborar uma metodologia única para o cálculo da fatura a ser cobrada de empresas corruptoras que buscam acordos de leniência. Participarão MPF e técnicos do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União e do Tribunal de Contas da União (TCU)
A primeira reunião ocorrerá já no mês que vem ou, no mais tardar, em abril, disse ao Estado a subprocuradora-geral da República Mônica Nicida Garcia, coordenadora da 5.ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, dedicada ao combate à corrupção. Será mais um passo na construção de um roteiro único para negociação de leniências.
O Estado mostrou nesta quinta-feira, 15, que já há entendimento para tocar os acordos em conjunto. Ele inclui conduzir conversas com as empresas, como as pegas na Lava Jato, em parceria e assinar “acordos-espelho” ao final – um firmado por MPF e outro idêntico, por AGU e CGU.
Avançar na criação de uma fórmula que possa ser usada por todos para estabelecer o dano ao erário é considerado fundamental até para dar conforto ao TCU no momento de analisar as leniências, disse Mônica. Pelo entendimento entre os órgãos, o acordo assinado por AGU e CGU passará pelo crivo do tribunal, que poderá cobrar valores adicionais caso identifique mais tarde dano maior que o especificado na leniência.
A legislação permite que, no curso das negociações, sejam dados descontos na multa aplicada, mas o prejuízo causado ao Estado tem de ser reparado integralmente. Ocorre que muitos dos casos sobre os quais os órgãos se debruçam hoje derivam de investigações da Lava Jato e são extremamente complexos, disse Mônica. Daí a dificuldade de se chegar ao valor do dano.
“O grande nó agora são os valores a serem cobrados. O Ministério Público fixa inicialmente um valor, mas outros órgãos discordam e enxergam dano ao erário maior”, disse Mônica. Segundo ela, o debate é natural, já que o MPF vê a leniência como instrumento de investigação e não só de reparação. Mônica afirmou que as empresas sempre souberam que, ao fechar acordo com o MPF, não teriam quitação total. Ela disse, porém, que elas têm razão em pedir segurança jurídica nas leniências e maior clareza sobre a fatura a pagar. Conversas para se chegar a uma metodologia vão nesse sentido, disse.
Orientação. A iniciativa faz parte das atividades da comissão criada para assessorar a 5.ª Câmara em assuntos de leniência. Com cerca de 30 procuradores, o grupo foi responsável pela produção de um estudo e uma nota técnica em 2017 sobre procedimentos para se firmar leniências. Um dos documentos feitos, a Orientação n.º 7, já fazia menção a acordos lavrados em “instrumentos independentes” no caso de negociações em parceria com outros órgãos.
A ministra Grace Mendonça, da AGU, disse que a leniência deve ser política de Estado e que ela só terá plena eficácia com envolvimento de todas as instituições. “A perspectiva de trabalho conjunto que vem sendo construída nos dá novo ânimo. As empresas pagam o que devem à sociedade, firmam política de integridade séria e voltam a contratar com o Poder Público em novas bases”, afirmou. CGU e TCU não deram entrevista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Um jovem de 29 anos afirma ter sido vítima de sequestro relâmpago no bairro Jardim…
Um homem de 48 anos foi preso em flagrante por embriaguez ao volante na noite…
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) publicou a sentença do júri…
Ver essa foto no Instagram Um post compartilhado por Marília Notícia (@marilianoticia)
Documento orienta ações e investimentos nas áreas públicas pelos próximos anos (Foto: Joe Arruda/Marília Notícia)…
Ver essa foto no Instagram Um post compartilhado por Marília Notícia (@marilianoticia)
This website uses cookies.