Brasil e Mundo

Farmácia no centro de atendimento de João de Deus é interditada

Por irregularidades na manipulação de remédios, o governo de Goiás interditou na sexta-feira, 21, a farmácia instalada no principal local de atendimento do médium João de Deus, a Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO). O médium está preso acusado de abuso sexual e posse ilegal de armas de fogo.

Apesar de possuir alvará para manipular e comercializar remédios fitoterápicos, a farmácia estava realizando produção em escala industrial sem ter uma autorização específica para isso.

Em vistoria feita pela gerência de Vigilância Sanitária e pela Polícia Civil de Goiás, foram apreendidas na sexta-feira amostras de medicamentos e de “água mineral vendida como fluidificada”. No espiritismo, água fluidificada é como é chamada a água recebe o acréscimo de fluidos espirituais coma finalidade de cura.

“A farmácia não é autorizada a manipular e comercializar nenhum produto que não seja fitoterápico, medicamento produzido através de plantas”, diz em nota a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás.

Os produtos serão analisados no Laboratório de Saúde Pública Dr. Geovanni Cysneiros (Lacen-GO) e os resultados devem sair de 15 a 30 dias. A partir daí, novas medidas poderão ser tomadas. Um relatório técnico deverá ser encaminhado ao responsável pela farmácia, com as adequações necessárias para eventual liberação do funcionamento do estabelecimento.

Segundo a promotora Gabriella de Queiroz, responsável pela investigação envolvendo o médium João de Deus, a vistoria na farmácia encontrou também problemas no acondicionamento de instrumentos cirúrgicos – o que não foi explicado na nota da secretaria estadual de Saúde.

“Havia ali produção de medicamentos de forma indevida, então essa atividade foi proibida hoje, e também no que concerne a instrumentos cirúrgicos utilizados, já que o acondicionamento desses instrumentos e o local não eram apropriados, e por isso a autuação”, disse a promotora na sexta-feira, 21, ao explicar a “lacração” da farmácia.

Segundo a promotora, não houve a proibição da venda de remédios fitoterápicos que já haviam sido produzidos. Ela afirmou também que não houve pedido de suspensão de atividades da casa Dom Inácio de Loyola.

“Nem a Polícia Civil nem o MP visualizaram ainda a necessidade de suspensão das atividades da casa. Ali é um templo em que várias pessoas não envolvidas nesses fatos investigados pregam sua fé e sua crença. A preservação da casa enquanto um templo de fé é uma cautela nossa”, disse Gabriella de Queiroz.

Agência Estado

Recent Posts

Prefeitura propõe projeto que prevê complexo turístico na represa Cascata em Marília

Represa Cascata pode ter complexo voltado ao turismo (Foto: Divulgação) A Prefeitura de Marília encaminhou…

6 horas ago

Sobrado é parcialmente interditado após desabamento no bairro Cascata

Sobrado desabou na parte dos fundos (Foto: Divulgação) A forte chuva que atingiu Marília nas…

6 horas ago

Polícia faz ação em São Paulo contra agressores sexuais de crianças

A Polícia Civil de São Paulo está nas ruas na manhã desta quarta-feira (10) numa…

9 horas ago

Número de nascimentos cai 5,8% em 2024; sexto recuo consecutivo

O Brasil teve pouco mais de 2,38 milhões de nascimentos em 2024. Esse número representa…

9 horas ago

Inflação que reajusta o salário mínimo fecha em 4,18%, apontam dados do IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - indicador utilizado no cálculo do reajuste…

9 horas ago

Ruptura de adutora pode afetar abastecimento na zona leste de Marília

Máquinas estão trabalhando no local para resolver rompimento de adutora (Foto: Divulgação) As fortes chuvas…

10 horas ago

This website uses cookies.