Famema arquivou sindicância sobre o caso, mas agora responde ação cível de indenização (Foto: Carlos Rodrigues/Marília Notícia)
A Faculdade de Medicina de Marília (Famema) é alvo de uma ação de indenização por danos morais devido a condutas de suposto assédio moral e sexual que teriam sido praticados por um professor, chefe de disciplina. O caso tramita na Vara da Fazenda Pública de Marília.
O Marília Notícia teve acesso ao caso, com exclusividade. A denúncia foi feita em julho do ano passado, com pedido de indenização de R$ 40 mil. A médica que ingressou na Justiça conseguiu concluir a residência e mora em outro estado.
Os mesmos fatos narrados à Justiça foram relatados em uma sindicância instaurada pela Famema em 2018. A denúncia foi feita por outro professor da instituição. Inicialmente, o alvo da apuração seria o assédio moral atribuído ao médico – vinculado à Famema há mais de 40 anos.
Durante o procedimento, vieram à tona também as denúncias de assédio sexual, que teria sido praticado durante as aulas, segundo a ex-aluna, sob pretexto de lições e demonstrações acadêmicas.
Inicialmente a ação de reparação de danos, mediante indenização, teve como alvo o médico (pessoa física) e também a instituição. O juiz da Vara da Fazenda Pública de Marília, porém, decidiu pela exclusão do profissional e abriu prazo para a Procuradoria do Estado – que representa a autarquia estadual – se manifestar sobre as denúncias.
ASSÉDIO SEXUAL
A denúncia relata que, entre outras situações que geraram constrangimento, o médico teria se dirigido a ela, em público, com afirmações de cunho sexual, como por exemplo, afirmado que “seus peitinhos haviam crescido durante as férias”.
Em outra aula, de forma rápida e intempestiva, sem nenhum tipo de autorização, teria levado a mão à parte interna da coxa da aluna, perto da virilha, para mostrar “onde estava o músculo grácil usado em algumas técnicas de reconstrução de vagina”.
Segundo a denúncia, os abusos teriam acontecido, inclusive, no centro cirúrgico, com o professor supostamente aproveitando-se da desatenção da médica residente para “encostar em seu glúteo”.
A aluna relatou que o docente, preceptor e chefe da disciplina, a “olhava de maneira sexualizada e indubitavelmente inapropriada”. A vítima relatou ainda supostos abusos que teriam sido cometidos contra duas outras residentes. A uma delas, teria questionado se estava usava calcinha fio dental.
ASSÉDIO MORAL
A defesa da médica apontou ainda que o professor teria, com frequência, atitudes agressivas e assediadoras, o que gerava pânico aos residentes. Como exercia autoridade para avaliação, inclusive permitindo ou não acesso ao centro cirúrgico para aulas e obtenção da formação, os alunos se viam de “mãos atadas diante dos desmandos do chefe”.
A residente relatou que o médico tratava alunos com expressões como “subalternos”, inclusive em público, de forma jocosa, debochada e desrespeitosa.
Denúncia aponta ainda que o preceptor se beneficiava, sem créditos, de trabalhos científicos realizados integralmente pelos alunos. Nos pedidos de participação, alegava que nas publicações ou apresentações os conteúdos seriam creditados como ‘colaboração’, porém, após a elaboração, assumia autoria.
OUTRO LADO
A Procuradoria Geral do Estado contestou a ação. Conforme documentos que já foram anexados ao processo, o Estado alega que a Comissão Processante instaurada pela Famema concluiu pelo arquivamento do procedimento, “por não restar comprovada conduta de assédio moral e sexual por parte do docente”.
A defesa menciona depoimentos de outros médicos e funcionários, que citam o denunciado com “perfil rígido e exigente diante dos residentes e colegas, no entanto, sem o propósito de humilhar, mas sim de corrigir e instruir”.
“O ato de assédio deveria ser grave e visando diminuir, inferiorizar, isolar e desestabilizar mentalmente o denunciante no seu próprio ambiente de trabalho, causando-lhe abalos físicos e mentais, o que não se vê neste caso”, escreveu a Procuradoria, que nega também – invocando a sindicância – a falta de provas para a denúncia de assédio sexual.
A reportagem do Marília Notícia procurou o médico envolvido na denúncia. “Estão fazendo sensacionalismo e mexendo com a moral de um profissional competente e ético. Vamos parar com isso!”, afirmou o médico ao MN.
Um jovem de 29 anos afirma ter sido vítima de sequestro relâmpago no bairro Jardim…
Um homem de 48 anos foi preso em flagrante por embriaguez ao volante na noite…
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) publicou a sentença do júri…
Ver essa foto no Instagram Um post compartilhado por Marília Notícia (@marilianoticia)
Documento orienta ações e investimentos nas áreas públicas pelos próximos anos (Foto: Joe Arruda/Marília Notícia)…
Ver essa foto no Instagram Um post compartilhado por Marília Notícia (@marilianoticia)
This website uses cookies.