Marília

Falta de água pode ameaçar reeleição de Daniel Alonso

Torneiras secas irritam população e pode fazer Daniel perder votos (Foto: Arquivo MN)

Não são poucos os problemas existentes em Marília que perpassam gerações e administrações municipais sem uma solução definitiva, mas certamente um dos que mais conseguem provocar a ira da população é a falta de água.

Apesar de dizer que fez investimentos e afirmar que acabou com as torneiras secas na cidade, o prefeito Daniel Alonso (PSDB) e a população continuam convivendo com a questão que pode, inclusive, custar a reeleição do tucano.

Na prática, a cidade já vive um clima de pré-campanha para o pleito municipal, que será realizado no final do ano.

E se durante todas as estações existe o problema da falta de água, com a estiagem a situação se complica ainda mais.

São frequentes as queixas recebidas pela reportagem envolvendo desabastecimento, especialmente na zona Norte. Nesta quarta-feira (9), por exemplo, a reclamação veio do Jardim Maracá 3.

Para piorar, com quase 20 dias sem chuvas significativas, apesar de um agosto com precipitações acima da média, a capacidade de captação pelo Departamento de Água e Esgoto de Marília é considerada crítica.

Em entrevista ao site, o presidente da autarquia, André Luiz Feriolli, revelou dificuldades para captar água no Rio do Peixe, que abastece cerca de 40% da cidade.

A água daquele manancial atende regiões como Alto Cafezal, São Miguel, Fragata e Acapulco, mas não está sendo suficiente, com a queda do nível do rio. O Daem inclusive tem feito manobras com o objetivo de tentar aumentar o represamento.

Além do problema sazonal – que acontece de tempos em tempos, por causa do período de pouca chuva – a autarquia ainda convive com dificuldades pontuais, mas corriqueiras.

Há uma semana, por exemplo, a Prefeitura anunciou que a bomba do poço que abastece o bairro Trieste Cavichioli, ao lado do distrito de Padre Nóbrega, havia queimado.

No final de agosto foi a vez da bomba do poço PG 03, no bairro Santa Antonieta, queimar. No começo daquele mês, após duas panes seguidas em 40 dias, foi preciso trocar o aparelho do poço P4, do Palmital.

Caso a cidade tivesse investido em redução das perdas de água tratada, por meio de vazamento ou gatos, por exemplo, o quadro poderia ser diferente.

Segundo dados oficiais mais recentes – de 2018 – cerca de 51% da água tratada em Marília é perdida. As informações são do próprio município, repassadas ao Governo Federal, e disponibilizadas pelo Instituto Trata Brasil, no Painel do Saneamento.

Houve aumento no desperdício entre o primeiro e o segundo ano do atual governo, já que em 2017 a perda ficou em 45,6% de toda a água tratada. Mesmo assim, o patamar atual ainda é menor do que o final da gestão passada, que ficou em 54,1% em 2016.

Feriolli

Após a publicação desta matéria, mesmo depois de ter conversado com o site antes, o presidente do Daem deixou claro que “não existe risco de racionamento”.

“Todo o sistema de captação, distribuição e tratamento de Marília, tem total dependência da energia elétrica. Os problemas ocorridos nos últimos meses estão todos relacionados com oscilações no fornecimento de energia da CPFL, que provoca danos em nossos equipamentos. Apesar de toda a dedicação de nossos funcionários e prestadores de serviços, o incômodo causado é de difícil gerenciamento, quer técnico ou político. Pedimos sempre à população que nos ajude quando enfrentamos algum problema, economizando água enquanto procuramos resolver no menor tempo possível”, disse Feriolli.

Leonardo Moreno

Leonardo Moreno é jornalista e atualmente cursa Ciências Sociais. Vê o jornalismo de dados como uma importante ferramenta para contar histórias, analisar a sociedade e investigar o poder público e seus agentes.

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