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Dono da fabricante de refrigerante Dolly é preso

O dono da fabricante de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho, foi preso na última quinta-feira, 10, pela polícia por suspeita de fraude fiscal continuada, sonegação, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Investigadores estimam que as fraudes praticadas pelo empresário tenham gerado um prejuízo de R$ 4 bilhões ao longo de 20 anos. Codonho, conhecido por criticar abertamente a líder de mercado do País e por outras polêmicas, aproveitou o momento para mostrar às câmeras um cartaz “Preso pela Coca-Cola” ao ser conduzido à delegacia.

O Ministério Público, que conduz a investigação por meio do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), informou que foram confiscados 3 helicópteros, 13 automóveis de luxo e cerca de R$ 30 mil em moeda estrangeira, além de documentos que poderão ser usados na investigação.

O MP informou que a 4.ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, autorizou as medidas de busca e apreensão, sequestro de bens, quebra dos sigilos fiscal e bancário e as prisões temporárias. A procuradoria disse investigar crimes como emissão de notas irregulares e uso de distribuidoras criadas em nome de laranjas, com o intuito de gerar créditos indevidos de impostos.

Este não é o primeiro problema do empresário com a Justiça. Em 2017, o grupo Ragi Refrigerantes, dono da Dolly, foi alvo da Operação Clone, da Secretaria da Fazenda de São Paulo, por fraudes relacionadas ao pagamento de ICMS. Em fevereiro deste ano, Codonho foi condenado a 6 anos e 7 meses de prisão, pela Justiça de São Paulo, por sonegação de benefícios previdenciários.

Empresa 

Fundada em 1987, a Dolly ganhou notoriedade por fabricar refrigerantes vendidos a preços populares. No início dos anos 90, durante o boom desse segmento no País, a companhia cresceu com outras empresas regionais – o Brasil chegou a contabilizar 700 fabricantes de pequeno porte há cerca de 20 anos. Boa parte das marcas locais de refrigerante – que, segundo uma fonte do setor, atuavam com alto grau de informalidade – acabou indo à falência.

O Estado apurou que dois fatores prejudicaram os resultados da companhia nos últimos anos: as promoções de preço realizadas pelas líderes e a própria redução do consumo de refrigerante no País.

Em 2004, Codonho iniciou briga com a Coca-Cola ao acusar a multinacional de práticas anticoncorrenciais. O que começou como um processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) evoluiu para críticas públicas, estampadas em outdoors, e culminou com o cartaz exibido pelo empresário durante sua prisão

Em 2017, a Dolly se envolveu em uma disputa com o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). Após o órgão recomendar que a empresa tirasse do ar campanha por preocupações relacionadas à publicidade infantil, a fabricante acionou o Conar na Justiça para impedi-lo de avaliar outras de suas propagandas.

Outro lado

A defesa do empresário afirmou que Codonho “sempre colaborou com as autoridades e tem certeza que provará sua inocência”. Informou ainda que recorrerá da decisão.

Já a Coca-Cola disse que “não comenta ações judiciais em que não esteja envolvida”.

Agência Estado

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