Descarte gera transtorno aos moradores do Bandeirantes

Pneus, entulhos, móveis e até animais mortos. A lista do que já foi encontrado pelo pedreiro José Luciano Cavalcante da Silva, de 44 anos, em uma área de mata próxima à sua casa no Jardim Bandeirantes, zona Oeste de Marília, é grande. O morador relata que já perdeu as contas do número de escorpiões que apareceram no próprio imóvel por conta da insalubridade do local.

“É um problema gravíssimo que a gente enfrenta há muito tempo. Minha esposa já foi picada por escorpião e encontramos um na cama do meu filho nessa semana”, relata Silva.

Morador há 20 anos do bairro, o pedreiro explica que, entre as ruas Luís Gati e José Muller, diversos caminhões descarregam todo tipo de entulho na área verde. “[O descarte] Começou há cinco anos, com sacaria e caçamba. Na época, fizemos reclamações e chegaram a parar, mas de três anos para cá a situação desandou de vez”, reclama.

De acordo com o morador, eventualmente uma máquina é enviada para aterrar o material, mas logo a situação volta a ficar insustentável. “Encontrei até um cachorro morto que foi jogado lá”, diz o pedreiro. A esposa, que trabalha em casa como manicure, também tem tido problemas com clientes por conta do mau cheiro.

Segundo José da Silva, inclusive caminhões da própria Prefeitura estão sempre por lá. Em nota, o município confirmou que a Secretaria de Limpeza Pública e Serviços utiliza o local para descarte de material orgânico para conter a erosão, fazendo a compactação de solo. “Quanto ao restante dos entulhos, são descartes realizados por terceiros e que, na próxima semana, a Secretaria estará realizando a organização do local”, diz o texto.

“Eu acho que isso não deveria existir próximo à casa de um ser humano”, finaliza o morador.

PEÇONHENTOS 

Em Marília, até o dia 11 de março, foram registrados 32 acidentes com escorpiões, nove com aranhas e um com serpente. No mesmo período do ano passado, constavam 22 ocorrências com escorpiões, quatro com aranhas e dois com serpentes. Trata-se de um aumento de 45% sobre os casos do primeiro animal elencado, na comparação com o mesmo período do ano anterior.