Teve início o desmonte do Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Caps AD) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HCFamema), com riscos para a qualidade e a segurança do atendimento em saúde mental na cidade.
Segundo a fonte, que pediu sigilo por temor de retaliações, a administração do HCFamema vem reduzindo de forma sistemática o espaço físico destinado ao Caps AD. Como já adiantado pelo Marília Notícia, em outubro de 2024, o servido vai deixar de ser prestado pela autarquia estadual para ser absorvido pelo município.
A informação obtida pela MN aponta que salas consideradas essenciais para o atendimento à população já teriam sido retiradas, restando ambientes improvisados, pequenos, abarrotados de materiais e sem condições mínimas para acolhimento, confidencialidade ou realização de atividades terapêuticas em grupo. As mudanças, no entanto, estariam prejudicando tanto atendimentos individuais quanto coletivos.
O regime intensivo — modalidade central no modelo de atenção psicossocial — também teria sido afetado. Conforme a denúncia, a equipe multiprofissional está sendo reduzida ao longo dos anos, o que dificultaria ações fundamentais, como visitas domiciliares, busca ativa de pacientes, articulação com outros pontos da rede de saúde e atividades comunitárias.
Ainda de acordo com o relato, antes de ser efetivamente absorvido pelo município, o funcionamento Caps AD pode ser transferido para um espaço menor, o Ambulatório São Francisco, cuja estrutura física seria limitada, com salas isoladas e pouca integração entre os ambientes.
A denúncia menciona ainda uma suposta segregação de pacientes do Caps AD na sala de espera, mantidos afastados dos demais usuários — prática que, segundo a fonte, reforçaria o estigma e contrariaria princípios de cuidado humanizado.
Para quem denuncia, as medidas contrariam diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental (PNSM), descaracterizam o modelo psicossocial dos Centros de Atenção Psicossocial e colocam em risco a segurança e a dignidade dos usuários. O Caps AD é voltado ao atendimento a dependentes químicos.
Procurado pelo MN, o HCFamema reiterou que a demanda do Caps AD será assumida pelo município de Marília, por meio do Caps III 24 horas, em construção no bairro Nova Marília III, em parceria com o Governo Federal, com prazo estimado de 14 meses para execução.
Segundo a instituição, os espaços hoje ocupados pelo Caps AD serão reaproveitados para ampliar atendimentos no ambulatório do SUS. A nova unidade terá cerca de 740 m² em um terreno de 7 mil m² e custará aproximadamente R$ 2,23 milhões.
Entretanto, defensores da denúncia alertam que a simples troca de local não resolve problemas centrais: a falta de espaço adequado para atividades terapêuticas, a fragilização da equipe e o risco de interrupção de serviços essenciais antes de a nova unidade ficar pronta.
Especialistas em políticas de saúde mental indicam que a redução ou reorganização desordenada de um Caps AD pode ferir princípios estruturantes da rede de atenção psicossocial, como acolhimento comunitário, continuidade de cuidado e projeto terapêutico singular.
A situação, segundo a fonte da denúncia, exige vigilância da população e dos órgãos de controle para evitar retrocessos no atendimento e assegurar que o direito à saúde mental seja preservado em Marília.
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