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Conheça a história de Juliano Alves, ele precisa da sua ajuda

“A fé traz a existência as coisas que não existem. E eu me baseio nessa fé. Mesmo que nós não vejamos nada, o sobrenatural faz a gente alcançar os nossos sonhos”. É assim que Juliano Alves Pinto de 29 anos, atleta paraplégico, leva a vida e acredita que seu sonho de disputar a Paraolimpíada do Rio em 2016 pelo Brasil, seja realizado.

Juliano ficou famoso no mundo por ser o voluntário a dar o chute inicial na Copa do Mundo de 2014. Ele usava o exoesqueleto, uma espécie de armadura robótica comandada pelo cérebro, do projeto “Walk Again – Andar de novo”, liderado pelo cientista brasileiro Miguel Nicolelis.

A última vez que Juliano andou foi no dia 3 de dezembro de 2006. Ele voltava de uma festa na cidade de Avaí ( quilômetros de Marília), para sua cidade natal Gália (55 quilômetros de Marília), quando o carro onde estava, capotou na rodovia SP-294.

“Estavam eu, meu irmão e mais três amigos. Praticamente chegando na cidade o carro perdeu o controle e capotou algumas vezes. Infelizmente meu irmão faleceu e eu fraturei a coluna, perdendo os movimentos e a sensibilidade das pernas”, relembra Alves Pinto.

Agora Juliano treina de segunda a sábado para realizar seu sonho: disputar a Paraolimpíada na modalidade corrida em cadeira de rodas. Segundo ele, somente um empecilho atrapalha sua caminhada: a falta de um equipamento adequado para a prática do esporte. A cadeira que o Juliano treina e compete atualmente está muito ultrapassada e não possui as medidas específicas para ele, o que limita e muito o seu desempenho.

Sabendo disso a AMEI (Associação Mariliense de Esportes Inclusivos) resolveu lançar uma campanha online para arrecadar o valor necessário e comprar uma cadeira nova, moderna e com todas as medidas necessárias. O valor de uma cadeira nova é de R$ 12.000,00 e é por isso que toda ajuda é bem-vinda .

O link da campanha para comprar uma nova cadeira de rodas para o Juliano é: http://www10.vakinha.com.br/VaquinhaE.aspx?e=270347.

Foto: Gabriel Tedde
Foto: Gabriel Tedde
Foto: Gabriel Tedde
Foto: Gabriel Tedde
Foto: Gabriel Tedde

Juliano no seu treino em Marília com técnico Aurélio Guedes dos Santos, que tem somente 10% da visão, participou de quatro Paraolímpiadas: Atlanta  1996, Sidney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008.

ENTREVISTA:

 Como você foi escolhido para dar o chute inicial na Copa do Mundo?

Eu sou paciente da a AACD há 6 anos. Houve uma parceria da AACD com o projeto Andar de Novo, o Walk Gain e estava rolando uma seleção de voluntários. De oito concorrentes, eu fui o escolhido. Faltando duas semanas pra abertura da Copa me avisaram que eu iria participar do chute inicial. A alegria foi enorme!

Qual é a sensação de usar o exoesqueleto?

A sensação pra gente que é cadeirante e está muito tempo sem poder dar pelo menos um passo, é muito boa! Me senti muito bem, por mais que as pessoas que olham de fora pensem que todo aquele aparato não vá trazer evolução. Particularmente posso dizer que foi um ganho muito grande, um sonho que eu vivi dando aqueles passos.

Há quanto tempo você é cadeirante? Sei que compete em modalidades esportivas com cadeira de rodas. Sonha em ir para as Paraolimpíadas? Como você se vê em 2016?

Meu acidente foi em 3 de dezembro de 2006. Faz sete anos e meio que sou cadeirante já. Nesse tempo eu me encontrei no esporte e comecei a praticar a corrida em cadeira de rodas, que inclusive é o que eu faço atualmente. Todo esportista tem uma meta na vida, de subir degraus. Meu sonho não é diferente e creio que meu potencial é grande. Dá para chegar na Paraolimpíada do Rio em 2016 e disputar medalhas sim, mas no momento preciso urgente de um cadeira adaptada para realizar meus treinamentos. A cadeira que eu utilizo é ultrapassada e isso faz muita diferença nos resultados.

Conte-nos um pouco mais sobre essa questão da falta de estrutura.

Hoje no meu treino ainda encontro algumas barreiras. Tanto na questão financeira quanto na questão do equipamento, que eu já disse. O local também não ajuda muito (estádio municipal Pedro Sola). Não que seja tão ruim aqui, mas não tem uma pista profissional. Aqui é de terra batida e de vez em quando tenho que lidar com alguns buracos durante o treino. Lógico que isso acaba influenciando o ganho que eu deveria ter no dia a dia.

Qual é o cenário ideal?

A questão da pista a gente consegue até se virar. Vai pra cidades vizinhas, desloca pra locais melhores, dou um jeito. Na verdade o maior problema, a maior barreira que encontro é o equipamento. O que uso é antigo, não é um equipamento de ponta que outros cadeirantes usam pra alcançar as suas marcas. É bem distante do ideal o que eu uso. Tem a questão do material, a liga de alumínio que é feita a cadeira, rolamento, rodas, posicionamento do meu corpo. Tudo isso faz diferença. Com o equipamento certo, tenho fé de que vou longe.

Juliano com a namorada
Juliano em competições
O atleta exibindo medalhas na frente da AMEI

Quanto custa esse equipamento?

Hoje essa cadeira custa cerca de R$ 12 mil reais e eu não tenho esse dinheiro. Nós estamos fazendo uma ‘vaquinha’ online. Não estou pedindo esmola, estou pedindo solidariedade. Toda ajuda é bem-vinda, seja financeiramente ou simplesmente nos ajudando a divulgar esta campanha. Sou atleta da AMEI desde 2012 e já conquistei diversas medalhas para Marília. O equipamento irá me dar a chance de voar mais alto.

E seu dia a dia, como é?

Minha agenda é um pouco corrida (sorrindo). Devido a causa eu procuro ocupar todo o meu tempo. Na segunda logo cedo vou para a academia fortalecer meus músculos para as competições e a tarde cuido das coisas lá em casa. Na terça eu venho para Marília, 55 quilômetros de caminho até o estádio para treinar (Juliano é morador de Gália). A noite eu vou para Igreja. Quarta academia de novo e afazeres normais a tarde. Quinta é igual terça, treino e Igreja a noite. Eu sou ministro de louvor e passo grande parte do meu tempo ajudando lá. Sexta é academia o dia todo e final de semana um pouco de lazer que não sou de ferro também né? Curto com a minha namorada e vou à Igreja mais uma vez.

Parece que você tem bastante fé..

Tenho bastante fé mesmo. Não tô aqui pregando religião mas creio muito no que a Bíblia fala. E lá diz que a fé traz a existência as coisas que não existem. E eu me baseio nessa fé. Mesmo que nós não vejamos nada, o sobrenatural faz a gente alcançar os nossos sonhos.

Qual o seu sonho?

Então, eu já vivi muitas coisas, eu já conquistei muitas coisas. Me baseio desde quando eu sofri o acidente.. tive um ganho muito grande! Hoje tenho uma vida totalmente independente, faço tudo sozinho. E sonhar acho que daqui pra frente é tudo lucro. Sonho eu tenho bastante, se eu for te contar todos a gente fica aqui o dia inteiro.

Como o esporte ajudou na sua vida e recuperação? De 0 a 10. Qual a nota?

Poxa ajudou muito, ajudou 10. Posso dizer que dou nota 10 pro esporte. É essencial tanto pra vida social onde você se integra com muitas pessoas, quanto na saúde. Bom pro corpo e pra mente. Não tenho nem o que dizer, mudou a minha vida!

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