Marília

Cai o número de alunos com atraso escolar em Marília

O índice de alunos matriculados no ensino médio com mais de dois anos de atraso escolar é o menor desde 2019 em Marília.

A informação é da plataforma QEdu, produzida a partir de dados coletados no Censo Escolar. O percentual de distorção idade-série, ou seja, estudantes que estão inseridos em etapa escolar incompatível com a idade, atingiu 11,5% em 2006 – quando o relatório começou a ser produzido. Em 2022, no entanto, o índice caiu para 5%.

Em Marília, a cada 100 estudantes, apenas cinco estão com atraso escolar de dois anos ou mais. O 1º ano do ensino médio é a etapa com mais casos: 5,8% do total de matriculados, seguida do 2º com 5,4%. No último ano, a distorção é de 3,5%.

O relatório do QEdu demonstra que a maior taxa de distorção está no Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente de Marília, com 40,5% de distorção idade-série.

Professor Juvenal Aguiar criticou medidas usadas para reduzir distorção no Ensino Médio (Foto: Divulgação)

De acordo com o professor Juvenal Aguiar, diretor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) na região de Marília, quando os alunos atingem certa idade, são encaminhados para o Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (Ceeja), diminuindo a distorção nas escolas.

A progressão continuada, política adotada pelo governo paulista do PSDB, também teria contribuído para reduzir a distorção idade-série, mas o professor Juvenal Aguiar foi crítico ao falar sobre a medida, que passou a aprovar estudantes sem a comprovação de que aprenderam.

“Infelizmente, muitos alunos acabam o Ensino Médio sem saber o conteúdo. São promovidos e terminam o período escolar, sem condições intelectuais. Além do problema da aprovação automática, o novo Ensino Médio agora tem eixos formativos, que não levam a nada e ainda atrapalha quem pretende prestar vestibular”, conta o professor.

Aguiar também disse que apenas em nível estadual os eixos formativos foram adotados, com as escolas particulares mantendo o Ensino Médio tradicional. O resultado disso, segundo Aguiar, é a divisão nos estudos entre ricos e pobres.

“Agora vemos que existe o Ensino Médio para a elite e o feito para a classe trabalhadora. Vejo uma manipulação de dados e de disciplinas, com o estudante da rede pública aprendendo cada vez menos. Vivemos um tempo muito difícil, com cada vez mais professores ficando doentes, sem nenhum tipo de valorização”, conclui Aguiar.

Alcyr Netto

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