O Brasil vacinou, até a terça-feira (19), 14,5% do público-alvo contra a dengue e apenas 0,2% da população brasileira.
Das 1.235.236 doses distribuídas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) desde o início da vacinação, no dia 9 de fevereiro, 451.412 foram aplicadas. Pouco mais de 3,1 milhões de pessoas se enquadram nos critérios para o recebimento da vacina.
O Ministério da Saúde define o público-alvo como crianças e adolescentes de 10 a 14 anos dos 521 escolhidos para a administração das doses na primeira etapa da companha de vacinação. São cidades com com alta transmissão da doença, mais de 100 mil habitantes e prevalência do sorotipo 2. A limitação foi feita devido à baixa capacidade de produção do laboratório.
Considerando o total de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos -13.674.961 pessoas, segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)-, as doses foram aplicadas a apenas 3,3% do grupo.
A baixa procura fez com que a pasta decidisse ampliar a quantidade de municípios que vão receber o imunizante, uma vez que, de acordo com a titular da Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, há doses que vão expirar já nos meses de abril, maio e junho.
Para isso, o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) terão que recolher as doses ainda não aplicadas e redistribuí-las aos municípios que não estavam contemplados na lista dos que receberiam o imunizante.
“As vacinas continuarão nos estados, e eles vão ter que fazer um ranking de municípios para administrar. Por isso, precisamos trabalhar com Conass e Conasems porque eles vão ter que recolher essas doses e tudo isso tem que ser rápido”, disse Maciel em entrevista coletiva.
A lista de cidades contempladas ainda não foi disponibilizada.
O Ministério da Saúde já adquiriu todo o estoque disponível de vacinas contra a dengue para 2024 e 2025. O Brasil receberá 5,2 milhões de doses que permitirão a vacinação do público-alvo com as duas doses que completam o esquema vacinal.
Para o imunologista Alexandre Naime Barbosa, coordenador científico da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), a baixa procura pela vacina se relaciona a dois fatores: a percepção pública de que a dengue é uma doença de baixo risco e, também, ao movimento antivacinação que cresceu no Brasil nos últimos anos.
“A população não entendeu que a dengue é uma doença grave que pode levar à morte, principalmente nessa faixa etária contemplada pela vacina [crianças de 10 a 14 anos]. Além disso, tem a hesitação vacinal após o movimento de vacina contra a Covid e as fake news espalhadas”, diz.
O público foi decidido em acordo com estados e municípios, levando em consideração as recomendações dos especialistas da CTAI (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização) e da OMS (Organização Mundial de Saúde).
A pasta tenta expandir a produção das vacinas no Brasil em parceria com o Instituto Butantan e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Na entrevista a jornalistas, a secretária afirmou que a vacina da Fiocruz, em parceria com a Takeda, já está em estado avançado, uma vez que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) só terá que aprovar, agora, a produção na Fiocruz. Enquanto isso, o imunizante do Butantan ainda precisa ser enviada para a aprovação da Anvisa.
“Da parte do Ministério da Saúde, enviamos um ofício para a Anvisa falando da necessidade que fosse dada prioridade às vacinas da dengue e da chikungunya, que também está em análise”, disse Maciel.
POR LUANA LISBOA
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