A mão de obra no Brasil não está pronta para a transformação digital dos negócios. A infraestrutura tecnológica provavelmente não dará conta dos avanços na área de inteligência artificial e falta investimento, inclusive do setor privado, para fomentar a inovação. O cenário, não muito animador, é traçado com base no Ranking Global de Competitividade Digital, da escola de negócios suíça IMD em parceria com a Fundação Dom Cabral. O Brasil não apresentou avanços nesta que é a terceira edição do estudo. O País permaneceu em 57º lugar de um total de 63 nações avaliadas. O nível já foi melhor: na primeira edição, em 2017, estava em 55º.
O estudo feito pelo Núcleo de Competitividade Global do IMD em conjunto com a brasileira FDC, leva em consideração aspectos estatísticos e também a opinião do empresariado. Nesse ponto, pode-se notar uma perda de confiança no País, quanto à capacidade para financiar e apoiar a inovação e adoção de tecnologias digitais, segundo o professor Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral. Ele explica que a coleta de entrevistas ocorreu no primeiro trimestre, com 5 mil pessoas, e talvez a perspectiva pudesse melhorar visto que ocorreram algumas medidas de simplificação de negócios e marco regulatório.
“Talvez tenhamos alguns avanços para 2020, mas no momento o que se vê é uma baixa perspectiva de futuro no Brasil”, afirma Arruda, ponderando que é preciso sair do ciclo vicioso, em que não se realiza o investimento necessário em inovação por falta de condições econômicas favoráveis.
No pilar de investimento (capital), o País segue em antepenúltimo, ou seja, no 61º lugar. A relação de investimento voltado para inovação sobre o PIB no Brasil é de 1,2%, ao passo que em Israel é de 4,2%, compara o professor da FDC.
Mesmo tendo boa adoção de tecnologia, com ampla utilização de smartphones, por exemplo, o Brasil é carente em velocidade de banda larga. A média nacional é em torno de 17 Mbps, contra cerca de 90 Mbps na Coreia do Sul. Assim, no tocante à infraestrutura digital, Arruda alerta que iniciativas de inteligência artificial podem ser comprometidas.
Ao todo, são avaliados mais de 50 indicadores nos fatores de Conhecimento, Tecnologia e Prontidão Futura, que se refere à preparação da economia para a competitividade digital. Uma das piores colocações do Brasil é no quesito “talentos”, 61ª posição. Especificamente no indicador “habilidades tecnológicas e digitais”, fica na penúltima posição (62).
O Brasil mostrou avanços no fator Prontidão Futura, onde galgou quatro posições, para o 43º lugar, que é o melhor resultado desde a criação do relatório, e considera `atitudes adaptativas’, `agilidade dos negócios’ e `integração das tecnologias de informação’.
Robôs
A terceira edição tem como novidade a inclusão de duas variáveis ao conjunto para análise: robô industrial, que mede a quantidade em operação; e robôs usados para educação, em ambos os casos com dados fornecidos pela Federação Internacional de Robótica. O Brasil até que está bem posicionado, na 19ª colocação do ranking em quantidade, mas o parque instalado de máquinas é baixo: representa 0,6% do total mundial. A China, em primeiro lugar, responde por 25% dos robôs no mundo.
Por ser a primeira vez que o ranking trata do tema, o professor Arruda observa que a tendência é que daqui para a frente se possa delinear uma concentração da geração de riqueza por robôs, com grande disparidade entre os quatro maiores países nesse quesito, incluindo Japão, Coreia do Sul e EUA, estes com média de 13% de participação de mercado em robôs.
Outros países
As primeiras colocações do ranking de competitividade digital continuam nas mãos de Estados Unidos, Cingapura, Suécia, Dinamarca e Suíça. A região administrativa de Hong Kong e a Coreia do Sul entraram nos top ten, subindo respectivamente três e quatro posições, para oitavo e décimo lugares.
Na América Latina, os únicos que subiram de posição foram México (de 51ª para 49ª) e Colômbia (59ª para 58ª). “É lamentável que nossa região esteja nas últimas posições. Isso mostra claramente a escolha dos países, de economias voltadas para dentro e com baixo investimento tecnológico”, comenta Arruda.
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