Síndrome gripal tem aumento e incertezas preocupam Saúde

Há cerca de duas semanas vem aumentando significativamente em Marília os diagnósticos de síndromes gripais, o que tem colocado o Poder Público em alerta, afinal ainda não está claro o que estaria provocando este quadro.

Entre os pacientes locais, chamam a atenção as ocorrências envolvendo crianças, mas o número de casos ainda não foi confirmado oficialmente. Uma eventual presença da variante ômicron do coronavírus está fora de cogitação por hora.

A maior parte dos internados na cidade tem dado negativo tanto para a Covid-19 – e suas variantes – quanto para os diferentes tipos de Influenza, segundo informações da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de Marília.

É justamente o descarte para ambas as doenças que vem deixando os técnicos intrigados. O aumento na ocorrência de síndromes gripais pode estar relacionado a um vírus ainda não identificado que provoca sintomas respiratórios.

Na última segunda-feira (20), a Prefeitura anunciou que a taxa de ocupação das enfermarias voltadas a pacientes com suspeita de Covid-19 voltou a ficar acima dos 50%. Neste caso, porém, também é preciso considerar o fechamento de parte dos leitos em relação aos últimos meses.

Na ocasião do anúncio do aumento, o município destacou que o surto de gripe registrado no Brasil provoca sintomas parecidos com o do coronavírus.

“O enfrentamento é o mesmo, assim como as medidas de proteção, que devem ser adotadas para que não tenhamos um colapso nos equipamentos de saúde. Colabore, continue mantendo os hábitos de proteção durante as festas de fim de ano”, reitera a Prefeitura.

INFLUENZA

Ao mesmo tempo em que se desconhece a origem das síndromes gripais em Marília, surtos provocados pelo Influenza A H3N2 se espalham pelo País e já atingem ao menos dez estados.

Em cinco – Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e Paraná –, foram registradas mortes pela doença. Houve óbitos pelo Influenza também em Alagoas, mas ainda não se sabe o subtipo do vírus.

Especialistas relacionam a alta de casos à baixa cobertura da vacina contra a gripe neste ano, por causa da pandemia da Covid. A alta da doença também foi registrada em São Paulo, Pará, Amazonas e Rondônia.

O Estado de São Paulo registrou 50 óbitos por Influenza de janeiro até 10 de dezembro deste ano, segundo a Secretaria da Saúde do Estado. No total, foram 665 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) pelo vírus.

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, “é equivocado associar o cenário de novas internações diárias à Covid-19 isoladamente, uma vez que o censo contabiliza casos de SRAG, que podem ser suspeitos ou confirmados para Covid-19.”

O Marília Notícia chegou a solicitar dados locais quanto à SRAG, mas não obteve números da Secretaria Municipal da Saúde.