Marília

Aumenta procura por vacina de febre amarela

Com medo por conta dos episódios de febre amarela no Estado de São Paulo e as informações de que macacos foram encontrados mortos em algumas regiões da cidade, os marilienses aumentaram rapidamente a procura pela vacina contra a doença na rede pública municipal.

O aumento proporcionou filas e queda consideradas pontuais nos estoques de algumas UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Ao mesmo tempo, mais dois macacos foram encontrados mortos nesta quinta-feira (18) no município, desta vez na zona Norte, nas proximidades da Fundação Bradesco. Já é o quinto caso nos últimos 15 dias.

Nestes dois últimos, porém, as carcaças estavam em decomposição avançada e não foi possível coletar amostras para confirmar a causa da morte. De acordo com o município eles não são relevantes do ponto de vista epidemiológico.

Apesar dos acontecimentos recentes a população não precisa entrar em pânico já que em Marília não existe nenhum caso de suspeita ou confirmação de contaminação pela doença.

Na cidade, de acordo com o Ministério da Saúde, não foram confirmados casos de febre amarela em pessoas pelo menos entre 2001 e 2015, quando os dados estão disponíveis.

A localização de três macacos mortos nas duas últimas semanas em Marília (e mais dois nesta quinta-feira), assim como a classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde) de todo o Estado de São Paulo como área de risco incentivaram a busca pela vacinação – que é gratuita.

Apesar da situação, é considerado razoavelmente comum o aparecimento de macacos mortos e o procedimento padrão envolve recolhimento de sangue para análise. Também nunca houve caso positivo para a doença nos animais.

O resultado dos exames referentes aos últimos casos só devem sair em 40 dias, mas como praxe nas áreas em que os macacos foram encontrados foi feita nebulização preventiva e busca ativa por criadouros do mosquito Aedes Aegipty, que transmite a febre amarela.

A doença não é transmitida por macacos, que são vítimas assim como humanos. Os animais servem inclusive como indicativo da circulação da febre amarela e são um ‘instrumento’ importante de alerta quando existe a confirmação – o que, frisando, não é o caso de Marília.

Para receber a vacina é preciso apresentar a carteirinha de vacinação e o cartão do SUS, além de nunca ter sido vacinado. Para idosos é preciso uma declaração médica determinando a imunização.

UBSs

A reportagem do Marília Notícia entrou em contato com 15 UBSs na manhã desta quinta-feira e a informação era de que a vacinação estava sendo feita normalmente na maior parte delas. Em quase todas foi confirmado o aumento da procura pela vacina.

No entanto, alguns problemas foram ouvidos pelo MN, como na UBS Cascata onde havia acabado novamente as doses.

No dia anterior também houve esgotamento do estoque e chegaram mais 20 doses na parte da tarde que “foram que nem água”, segundo um funcionário.

Até o período da tarde eram esperadas mais ampolas, assim como na UBS São Miguel, onde no começo da manhã haviam acabado as que sobraram da véspera.

Já na UBS Castelo Branco, por conta do aumento da procura pelas aplicações, o que havia acabado nesta quinta-feira eram as agulhas, mas ainda existiam doses das vacinas. Mais agulhas eram esperadas para as horas seguintes.

Na UBS Planalto a população não está sendo vacinada. Não existiam ampolas porque a geladeira onde ficam armazenadas está quebrada e a manutenção deve acontecer até a semana que vem. Ali, porém, está sendo feita análise das carteirinhas de vacinação e encaminhamento.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Prefeitura confirmou que “em função do aumento da demanda, algumas unidades de saúde do município relataram baixo estoque e falta de vacina. A reposição está sendo realizada, de forma que a falta nas unidades é temporária”.

A nota da Secretaria Municipal da Saúde ressalta que a UBS Cascata é a que registra maior demanda. “O motivo é a tradição da unidade, que no passado era o local referenciado para vacinas no município, bem como a localização próxima ao Centro”, diz o comunicado.

A administração municipal orienta que “a população busque também outras unidades da rede, para descentralização do atendimento”. Sobre a falta de agulhas e a geladeira quebrada, providências estão sendo tomadas.

O endereço de todas as unidades está disponível no site da Prefeitura de Marília [clique aqui].

Leonardo Moreno

Leonardo Moreno é jornalista e atualmente cursa Ciências Sociais. Vê o jornalismo de dados como uma importante ferramenta para contar histórias, analisar a sociedade e investigar o poder público e seus agentes.

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