O atendimento aos presos feridos no incêndio ocorrido no fim da tarde desta terça-feira (25) na Penitenciária de Marília colocou o Hospital das Clínicas (HC) em alerta máximo, com forte presença policial e suspensão da visita noturna.
A situação reabriu um trauma no histórico de atendimento a detentos pelo HC: o resgate armado de um dos fundadores do Primeiro Comando da Capital (PCC), que terminou em mortes e prisões entre outubro e novembro de 2000.
Naquele ano, Wander Eduardo Ferreira, o Du Cara Gorda, apontado como um dos oito fundadores do PCC, cumpria pena de 61 anos na Penitenciária de Marília por dois homicídios e diversos assaltos a bancos.
Em 30 de outubro de 2000, ele reclamou de fortes dores e foi levado ao HC — remoção que fazia parte de um plano de fuga previamente articulado. Horas depois da internação, um grupo fortemente armado, com fuzis e metralhadoras, invadiu o hospital, rendeu a escolta policial e resgatou Du Cara Gorda.
O bando fugiu em direção à região do Córrego do Pombo, na zona oeste da cidade. Uma viatura da Polícia Militar que fazia ronda notou um veículo com as características do utilizado pelo grupo e iniciou o acompanhamento.
Morte de policial e perseguição
Os criminosos se esconderam mais à frente, aguardaram a aproximação da viatura e surpreenderam os policiais com tiros. A viatura foi alvejada várias vezes. O cabo Waldir Antonio Marques foi baleado na cabeça e morreu no local, aos 37 anos. O outro policial sobreviveu e conseguiu pedir socorro.
A morte do militar mobilizou todo o efetivo da PM em Marília, com reforço de batalhões da região, numa operação que se estendeu por 56 horas. O grupo foi localizado e cercado por cerca de 100 policiais em uma área rural do município.
Du Cara Gorda foi atingido por sete disparos, resgatado com vida e levado novamente ao HC, onde teve a morte declarada às 6h de 2 de novembro de 2000. Ele tinha 33 anos. Outros cinco integrantes da quadrilha foram presos.
Além do líder do PCC, outros dois membros do bando foram mortos durante a perseguição: um nas proximidades de uma escola estadual, na Vila Coimbra, e outro na Vila dos Comerciários, ambas na zona oeste.
Rebeliões
Menos de três meses depois, em fevereiro de 2001, a Penitenciária de Marília seria uma das unidades envolvidas na megarrebelião coordenada pelo PCC em todo o Estado. À época, pelo menos 40 integrantes da facção cumpriam pena no local.
Inaugurada em 29 de março de 1989, a Penitenciária José Luiz Mansur – em Marília – registra poucas rebeliões em sua história — entre elas a de 2001 e outra em julho de 1997, que durou 15 horas. Em 2017, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) descobriu e conteve um plano de motim.
A unidade tem capacidade para 622 presos, mas abrigava 1.080 detentos, segundo atualização da SAP na última segunda-feira (24).
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