Polícia

Após matar esposa, homem abandonou filha e foi buscar droga

Wellington confessou a morte de Angélica: ‘É ciúme bobo. A gente bebe, às vezes vê coisa (sic) que não tem’ (Imagem: Marília Notícia)

Ciúmes, bebida alcoólica, perda de controle emocional e arrependimento fazem parte da confissão do servente de pedreiro Wellington Fernando da Rocha, de 31 anos, que matou com as próprias mãos a mulher com quem era casado há oito anos. O crime na zona Sul de Marília, terça-feira (12) à noite, gerou perplexidade.

O Marília Notícia teve acesso a detalhes da investigação da morte de Angélica Mara de Lima Ferreira, de 32 anos. Wellington é réu confesso.

Em depoimento, o autor declarou estar arrependido, porém, não manifestou emoção ao relatar o trágico feriado. Rocha matou a esposa dentro de casa, com a filha de apenas quatro anos, em um cômodo ao lado.

“A gente estava (sic) em uma festa, do serviço dela. A gente bebemos (sic) lá, discutimos lá, a gente voltamos. Aniversário do patrão dela. Não bebi muito, queria preservar ela, de às (sic) vezes ela perder o serviço, por causa de uma atitude minha”, disse horas após o crime, no Plantão Policial.

Angélica almoçou com o marido e a filha em uma festa, onde encontrou amigos e colegas de trabalho.

O servente relatou que houve discussão e desentendimento antes mesmo de chegar em casa. O motivo: ciúmes.

“É ciúme bobo, a gente bebe, às vezes vê coisa (sic) que não tem. E lá tinha um cara que ela já tinha ‘ficado’ antes. A gente se separou (sic) uma vez e ela se relacionou com um cara. Às vezes pode ser isso. Eu me excedi ou ela. Eu vi algo, sei lá. Começou uma discussão”, afirmou o servente.

Questionado se estava arrependido, Wellington não titubeou. “Com certeza. Jamais queria fazer isso. Eu acabei perdendo o controle e agi por impulso”, atribuiu.

Segundo a versão do homem, o crime aconteceu em um corredor, entre um quarto de brinquedos e a cozinha.

O marido diz ainda que houve agressões físicas e verbais de ambos. Em meio à discussão, Angélica teria o agredido com tapas.

O servente disse que, “para se defender, segurou no pescoço da mulher”, mas perdeu o controle e começou a apertar.

Angélica, em foto feita no dia em que foi morta; almoço na casa de amigos (Foto: Divulgação)

“Usei a mão, no começo. Depois tinha um pano, que coloquei na grade e em volta do pescoço dela”, relatou.

Questionado se havia puxado o pano, usando como meio para consumar o crime, negou.

Na versão dele, a mulher teria perdido a consciência e ficado com o corpo suspenso, em uma grade, junto à passagem. Para que a criança não visse a cena, ele fechou a porta.

A revelação mais aterradora foi feita no final do interrogatório. “Depois que eu fiz o ato eu fui buscar droga… É perto. Eu deixei a criança lá, assistindo TV. E aí alguém me viu… Um primo meu apareceu lá em casa. Aí ele falou, o que eu fiz. E eu falei: fiz essa merda”, relatou.

Em cumprimento ao procedimento padrão, o servente foi comunicado de que estava sendo preso em flagrante e que aguardaria – no dia seguinte – pela audiência de custódia, para decidir sobre sua liberdade ou não.

O delegado responsável pelo caso perguntou se Wellington desejava comunicar alguém. “Só meus pais, porque vou ter que ficar aqui hoje”, respondeu o assassino da esposa.

PREVENTIVA

Passados três dias, o servente ainda está preso. Com a repercussão do caso de feminicídio, a prisão dele foi justificada pela manutenção da ordem pública.

O advogado Ovídio Nunes, que representa o rapaz, foi procurado pelo MN e disse que Wellington teria requisitos para responder em liberdade, mas a reação ao crime de feminicídio tem forte apelo na sociedade.

O assessor jurídico disse ainda que o cliente relatou estar “fora de si”, portanto, pode ter agido de forma descontrolada e até “inconsciente”, levado pela emoção.

“É um rapaz trabalhador, de uma família de bem. Infelizmente teve essa questão da bebida, acabou gerando essa situação de perda de controle, emoção, agressões verbais. A defesa é muito difícil e complicada”, classificou.

Ainda segundo o advogado, não se trata de “pessoa que impõe risco” à sociedade. “Ele tem emprego, residência, ele mesmo se apresentou, não obstruiria a Justiça, mas a decisão do juiz foi por manter a prisão”, concluiu o advogado, que tenta a liberdade de Wellington.

Carlos Rodrigues

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