O aumento constante nos preços dos fertilizantes têm afetado a produção agrícola e pecuária. Em Marília a situação não é diferente.
O produtor de amendoim Luiz Lino Lopes, que possui uma propriedade em um distrito de Marília, disse ao Marília Notícia que deve ter prejuízo com a colheita deste ano.
Lopes plantou 250 alqueires de amendoim no final do ano passado e conta que já pagou o dobro pelos fertilizantes.
“Plantei em setembro, outubro e novembro. Comprei [os fertilizantes] na hora de plantar. Estava muito caro. Já estava o dobro o preço. Vai dar prejuízo, tira o lucro da gente”, desabafa o produtor.
A colheita do amendoim já começou e termina em abril na propriedade de Lopes. Porém, de acordo com ele, o baixo preço do grão também contribui para a perda do produtor.
“O prejuízo é grande. O preço do amendoim está ruim, muito baixo”, explica.
O produtor afirmou que ainda não está planejando o próximo plantio, pois os fertilizantes tiveram nova alta, o que torna a situação ainda mais complicada.
“Vai ser pior ainda. Não estou planejando nada, estou deixando para a última hora”, confessa.
Produtores rurais da região temem prejuízo (Divulgação/Secretaria de Agricultura e Abastecimento)
PANORAMA
O MN conversou também com o técnico agrícola Olavo Davini, que explicou os fatores que ocasionaram as altas de fertilizantes a nível mundial.
Conforme Davini, o aumento dos valores já vinha acontecendo devido à pandemia.
“Quando começou o coronavírus, os produtores como China, Rússia, Bielorússia, deixaram os trabalhadores em casa para não se contaminarem. Isso diminuiu a quantidade de funcionários e a produção industrial reduziu. Quando começou querer voltar a normalidade, não tinha navio para transportar fertilizante, então começou a subir. Chegou a dobrar o valor”, explica.
Davini conta que em novembro do ano passado o mercado começou a estabilizar, devido a redução de casos de Covid.
“Os navios começaram a voltar e os preços chegaram a reduzir. A ureia reduziu neste período 20%, por exemplo”, afirma.
A guerra entre Ucrânia e Rússia, no entanto, gerou um novo capítulo para o problema. De acordo com o especialista, a Ucrânia, Rússia, Bielorússia e Canadá são os maiores produtores de potássio do mundo. Os quatro países somam 80% da produção do produto químico.
“Com a guerra só ficou o Canadá para poder fornecer potássio para o mundo. Ficou desleal. O Brasil depende 95% de importação de potássio, segundo o Ministério da Agricultura”, aponta.
A Rússia, Ucrânia, Bielorússia e parte da união europeia também são os principais responsáveis pela produção de nitrogênio. O Brasil chega a importar 65% do nitrogênio consumido, de acordo com Davini.
“A única coisa que o Brasil produz (50%) é o fósforo, o restante é dependente da produção internacional. Agora com a guerra subiu mais 50% do que já estava alto. Tinha todo viés de baixa, se tivesse normal, em abril voltaria uns 30% do que era. Semana passada ninguém tinha preço [de fertilizantes], as tabelas estavam suspensas”, diz o técnico agrícola.
Davini ressalta que o país tem condição de produzir 100% os fertilizantes, mas seria algo a longo prazo.
Na avaliação do técnico agrícola, a princípio, a nova alta devido a guerra é algo que está causando pânico, porém ainda não chegou a atingir ‘em cheio’ os produtores de Marília e região.
“Em princípio está causando pânico, mas ainda não atingiu a região. O produtor está em colheita agora. O próximo plantio seria setembro. Se continuar alto vai afetar quem planta amendoim, milho e soja na região e em Marília a reforma de pastagem”, finaliza.
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